Um Sábado e muitos assuntos

Mudando Hábitos
A algum tempo andava desanimado em relação a minha condição física. Essa semana, voltei a consumir uma boa quantidade de frutas nas refeições intermediarias e a diminuir a quantidade de comida na refeição principal (almoço). Acho que isso me deu mais ânimo. O fato é que a muito tempo não acordava cedo no Sábado para um treino, principalmente sendo o mesmo longe de casa. Fui ao território tradicional dos BRTracer, velhos amigos. Chegando por lá, conheci novos praticantes, reencontrei antigos amigos. Mas meu treino, que era para observar a iniciação dos BRTracer, acabou por se tornar nostálgico com a chegada de Pedro Thomas. A muito não via esse cara que considero tanto. Foi bom passar a manha com uma galera de qualidade, tanto no aspecto físico como no mental. Foi bom sentir que estou bem fisicamente e que posso contar com o respeito dos outros para comigo.
A Altura e a Mente
Acabei por ir treinar com o Pedro Thomas e passei por duas experiências sem precedentes. Observar um Saut de Bras com 3m de altura numa árvore, completamente possível fisicamente, mas bloqueado pelo medo. E estar a cerca de 6m do chão, sobre um pequeno prédio, sem nenhum tipo de segurança que não fosse meu corpo. Uma mistura de adrenalina e medo tomou conta. Depois disso, veio uma tempestade filosófica dentro do tema: “Parkour é mais mente que físico”. Logo um post sobre!
Técnicas Fixas?
Ao ver alguns executando um dêdente impulsionado com os dois pés, questionei: Se havia o advento da velocidade da corrida, essa velocidade seria sempre reduzida pelo ultimo passo. Portanto sua execução seria melhor com um pé de impulso. Os outros concordaram em parte, e quando refletimos sobre o caso, concluímos que na verdade, os dois pés impulsionariam mais que um (claro), e isso compensaria a velocidade perdida na quebra do fluxo da corrida. No fim das contas, “seis por meia dúzia”! O meu espanto é que nunca tinha pensado assim sobre esse assunto. Ao tentar da forma deles, notei que meu corpo está adaptado para o movimento com costumo treinar, que é em fluxo com a corrida e impulso em um pé apenas. Outra questão foi o espaço reduzido para a corrida. Bem, ainda defendo que nesse caso se deve encurtar as passadas, conseguindo maior explosão. Assim uma técnica “fixa” em minha mente não caiu por terra, mas se tornou menos “fixa” que antes. Ainda assim prefiro continuar com a forma que penso pois para mim, ela sempre deu mais certo. A palavra é respeito.
Lado a Lado
Pensei sobre muita coisa quando estava por lá, trago só as mais importantes. Pois o post já está grande! Desde que comecei a treinar, a 308 Sul é o centro que reúne os traceurs de Brasília. Muitos já passaram por lá. Creio que aqui em Brasília, lá é o lugar onde andamos lado a lado. O ar de lá, já tem cheiro de Parkour.
Parcour com C
Já em sobradinho, em nosso treino normal, repleto de força e de iniciantes. Sempre é uma luta contra o cansaço, mas é muito bom treinar. Após o treino fui questionado sobre a forma que pegamos no muro. Porque dizer que é o CERTO é a pegada tradicional, com as falanges sobre o muro e o ERRADO é a pegada com as falanges por trás (chamada pelos traceurs de “roubada”). Pois bem. Não se trata um certo e um errado no Parkour. Se trata de técnicas que facilitam a locomoção com todo tipo de obstáculos. A situação real, ou parcour com C, é a junção do que foi aprendido em técnicas e o que você vai acabar fazendo por instinto. Em algumas subidas vai catar o muro com a roubada? Sim, claro! Mas e se a subida for em um balcão já que a roubada não é possível? Ou como fazer essa subida numa “estrutura negativa” como uma parada de ônibus, onde não á nem apoio para os pés? Não dá pra se lamentar não ter aprendido uma técnica ou ter não ter força para executá-la bem na hora da situação real (parcour com C). No vídeo abaixo, vejam o caso da subida no balcão, observem que além de impulsionar o corpo a partir da pegada tradicional do PK, o traceur chega a erguer o corpo com punho fechado!

Por que "Parkour Puro"?
O vídeo é da apresentação do Pedro Thomas no Barclaycard World Freerunning Championship 2009 em Londres. Aí você me pergunta: “Como um cara que gira tanto como ele se apresentou no estilo “Parkour Puro”?” O que ele disse foi: “Me trataram como número. Dei ao evento, o que ele deu a mim.”
Pessoal, o Parkour pode dar muito a vocês e a sociedade. Só peço que dêem ao Parkour muito. O Parkour não é uma brincadeira fútil, é coisa séria, que tem muito valor.
Abraço a todos!
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by Fillipe
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2 Modinhas Falando:

Ian Ludgero disse...

Mais o Pedrinho sobre com o punho fechado porque ele tem o pulso aberto, se ele fizer com a palma da mão o pulso dele abre. Mostrando que é uma forma de se adaptar!

Anônimo disse...

Parkour é uma arte onde você aprende a encarar de frente seus medos e nunca desistir de algo, porque vc PENSA que não vai conseguir .. A cada dia que passa o parkour vai se tornando essencial na minha vida porque é uma arte super complexa que mexe profundamente com o psicologico e muito com o fisico de quem pratica !! (( sz ))

Jackelline .....